30/08/2013

Test ride: Honda VFR750 (RC36II)

O V4 desenvolvido para as VFR tem uma história interessante que, segundo consta, é derivada a... falta de fiabilidade.
Reza a lenda que a Honda, farta de problemas nos seus motores, desenvolveu um motor de quatro cilindros em V a 90º com a distribuição por carretos (ou cascata de carretos, como por vezes também é designado). Esta arquitectura de distribuição é, das três mais usuais (as outras são correia e corrente), a mais dispendiosa, mais pesada, sendo também a mais fiável.
Esta é a característica sonora da VFR, o movimento de rotação dos carretos da distribuição dá um timbre grave e algo rouco a uma mecânica que, apesar dos seus 20 anos, consegue manter-se irrepreensível ao passar do tempo... mesmo ao nível das linhas, a VFR passou de actual a clássica, sem perder tempo com a fases de segundo plano.
Sem mordomias como um ABS ou um controlo de tracção, tudo é simples (o conta-quilómetros é analógico) e bem colocado (à frente do nariz temos o conta-rotações). Arrancar com esta máquina deixou-me algo preocupado (o test-ride era com vista a uma possível aquisição)... teria mãos para não deixar cair os plásticos?
Saia de um posto de combustível para o meio de uma hora de ponta de regresso a casa, tomei consciência do peso e da embraiagem e... vamos lá devagar passar por entre este "parque de estacionamento"! Comecei por dançar como um elefante grávido por entre as filas de trânsito o melhor que sabia, custava-me a virar por falta de adaptação aos punhos, era a primeira mota de punhos que conduzia, adaptando a minha posição usual para esta máquina e parecia que tinha nascido para andar na VFR, mesmo em trânsito, o equilíbrio não era mau e o peso afinal não era assim tanto quanto pensava de início. Minutos depois chegava a uma via rápida com uma pequena sequência de curvas rápidas e duas mais longas e lentas, a V4 mostrou-me como se curva de forma previsível e eficiente e sempre com o ronronar mecânico de fundo enquanto começava a rumar ao ponto de partida para a devolver ao dono... temos negócio? Talvez.
Faz sentido, neste momento faz todo o sentido, a frase tantas vezes repetida por proprietários destas VFR... "não é a melhor em nada, mas é excepcional em tudo o que faz".

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