O despertar no nosso décimo sexto dia foi, para não variar muito, cedo e com ar de quem tinha passado a noite inteira na rambóia, arrumámos a bagagem com o mínimo de barulho possível para não perturbar a vizinhança (o nosso simpático vizinho, que nos safou no dia anterior, ainda nos veio desejar boa viagem)... levámos a mota, ainda coberta pela humidade da noite, a empurrão até à recepção e fomos em direcção... ao pequeno-almoço!
De pequeno-almoço tomado em Amposta seguimos pela N340 parando em Peñiscola e mais tarde em Vila Real (perto de Castelló de la Plana) a partir de onde entrámos na A7 que contorna Valência da qual saímos para rumar então ao interior de Espanha pela interminável E-901 até Tarancón onde percorremos a A-40 paralela à N400 que acabaria por nos levar, já com o Tejo por companhia, a Toledo.
Estamos aqui! |
A Bufas afinal é tímida. |
O final da tarde tardio parecia arrastar-se lentamente até à noite, o calor era agora bem mais suportável e um passeio a pé por pontes e ruas estreitas vinha a calhar (o líquido mais fresco em Toledo era cerveja... tá tudo dito, não?) e tomámos a decisão de dedicar o dia seguinte ao conhecimento da cidade e à preguiça na beira da piscina.
O plano era, assim que estivéssemos despachados dos afazeres matinais, iríamos em direcção ao centro da cidade para ver as vistas... a ideia foi boa, mas Toledo só abre às 10 horas, até essa hora até um café aberto é difícil de encontrar (ou não procurámos o suficiente) mas compensava o facto de se andar na rua sem atropelos enquanto se deitava o olho aos edifícios. Almoço a dois tomado, recuerdo típico adquirido, regresso ao campismo e à sua piscina, jantar numa superfície comercial... aproveitar o serão para treinar o inglês a ouvir e a contar as tropelias da estrada com os vizinhos ingleses, motards de longa data que não hesitaram em chamar-nos doidos por arrancarmos de um país quente em direcção a norte (dizia ele que eu devia ter ido para as bandas de Marrocos, mas ia precisar de uma BMW como a dele) e porque nos estávamos a predispor a percorrer os mais de 600 quilómetros que separam Toledo e Lisboa num só dia (dizia ela que mais de 300 e já chegava ao destino rachada ao meio).
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