Depois do fim-de-semana passado em Haarlem e em Amesterdão, a segunda-feira era o dia de partida em direcção à Floresta Negra no sul da Alemanha, o que, há que dizer, foi uma viagem sem grande história para além da posição do punho e das paragens para abastecer, tirando um ligeiro desnorte ao apanharmos a auto-estrada que nos levaria à Alemanha e que nos levava de volta à Bélgica se errássemos a direcção... foi um erro pequeno.
Até perto de Eindhoven na A2 (onde dei conta de um stand da McLaren... estive para voltar para trás para ver o P1 da montra) seguida a A67 até Venlo e a A74 até à fronteira que se converte na auto-estrada 61, onde cheguei a ver indicações para o Inferno Verde (Nürburgring... outras núpcias... outras núpcias), até às imediações de Hockenheim, onde entrámos na auto-estrada 6 por instantes e seguida da 5 rumando a sul até Offenburg onde a estrada 33 (com um piso quase perfeito e curvas a convidar) nos levariam a passear pela Floresta Negra até ao campismo onde iríamos passar a noite.
A 33 está situada num vale ficando paralela ao rio Kinzig, de ambos os lados elevam-se montanhas cobertas de milhares de árvores a perder de vista... olhando em frente, para a abertura nas montanhas onde passa a estrada e o rio podem ver-se relâmpagos e raios a riscar o céu... sim, o seu estava carregado e adoro ver trovoada... se conseguisse chegar ao campismo a tempo ainda me dava ao luxo de ir tirar fotos!... e ficou de noite...
Receando uma molha, parámos num desvio da estrada, vestimos os impermeáveis e cobrimos os alforges, e arrancámos decididos a encontrar o campismo antes de começar a chover a sério. Na dúvida se já teríamos passado o campismo, parámos numa estação de serviço para pedir indicações e daí em diante a chuva não deu tréguas! Já em Hausach, a escassos 7km do destino, tive que parar debaixo de uma pequena ponte rodoviária e nos 10-15 minutos que ali estivemos a água que corria estrada abaixo já teria mais de 10 centímetros de altura... tivemos que nos render e acabámos por passar a noite num hotel, o Gasthaus Zur Blume, que era, literalmente, ao fundo da rua.
Facilitaram-nos um local para deixar a mota e deixar os impermeáveis secar na casa de arrumos do hotel e enquanto praguejava contra a chuva, o cozinheiro do hotel veio fumar um cigarro e meteu conversa... de onde vinha eu? Portugal, Lisboa... Portugal?! Yo soy de España! E daí em diante, a veia comum crítica de Portugueses e Espanhóis, que remonta ao princípio da história de ambos os países, veio ao de cima... e apesar do tempo de m... que estava lá fora, havia galhofa dentro de portas.
Ficámos impedidos de tirar fotos, mais uma vez, uma câmara de capacete teria feito milagres para apanhar a paisagem, bem como a trovoada, mas algo nos preocupava mais enquanto jantávamos... não iria ser possível sair da chuva nos próximos dias (a previsão era de chuva para o resto da semana) e ir ao Passo dello Selvio estava fora de questão nestas condições.
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